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sábado, outubro 11, 2008

ENADE

por Maíra R. Carvalho
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Como acadêmica e membro do centro acadêmico (CENARQ) me sinto na obrigação de passar pra vocês um pouco do que sei sobre esta avaliação. Tentei resumir ao máximo algumas das informações importantes que todos estudantes universitários deveriam saber, por isso LEIAM!!!
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Em 1995, o Ministério da Educação (MEC) criou o “Provão”, um teste padrão aplicado aos estudantes universitários de todo o país, através do qual classificava os cursos e as instituições entre os conceitos “A” e “E”. Que, ao invés, de avaliar de fato as universidades e os cursos, mostrando de forma clara e aberta suas deficiências e dessa forma contribuir realmente para a melhora destas, o MEC instituiu um tipo de avaliação que não só mascarava os problemas como responsabilizava os estudantes pelas mazelas existentes na educação superior brasileira.
Em 2003, foi instituído, através da Lei nº 10.861, o SINAES (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior), um sistema de avaliação mais complexo e que compreende instrumentos de avaliação mais diversificados. Mas ainda assim, o “Provão” foi mantido, agora no interior do SINAES e com outro nome: ENADE, tendo assim o mesmo papel do Provão.
Mesmo sabendo que é preciso avançar na qualidade da universidade pública brasileira, garantindo a ampliação do acesso à cursos de boa qualidade, e combatendo as mazelas das instituições particulares de ensino; pois é nelas que está matriculada a grande maioria dos estudantes universitários brasileiros; a legislação educacional obriga o poder público a avaliar as universidades e cursos superior, sendo então aplicada a tal prova.
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O ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), tem a absurda pretensão de avaliar o “desempenho” dos estudantes, como se fosse possível uma prova aplicada no final do curso refletir o conjunto de avaliações pelas quais os estudantes passaram ao longo de 5 anos, além de ser uma prova padrão nacional, ou seja, o poder público desconsidera completamente o fato de o Brasil ser um país de dimensão continental, com uma diversidade social, econômica e cultural enorme, e que a organização pedagógica dos cursos superiores no Brasil é, e deve ser, influenciada de maneira determinante por essa diversidade.
Esses são apenas alguns motivos que tornam essa avaliação falha, é por isso que lhes escrevo, pra que todos tenham consciência do que estão fazendo, pois esse texto não resume apenas um protesto contra o que está aí, é também uma forma de reivindicar uma outra avaliação, que de fato identifique os problemas e contribua para solucioná-los. E é VOCÊ que foi selecionado pra fazer essa avaliação que poderá mudá-la!
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Algumas universidades (maioria destas pública) estão boicotando o ENADE para assim se posicionar contra este, como a nossa universidade FURB (Fundação Universitária Regional de Blumenau) ainda usa essa nota para “atrair” acadêmicos, e um mal resultado afetaria nosso curso diretamente, proponho que realizem a prova com consciência do que estão fazendo, mas deixem de alguma forma o seu protesto contra essa maneira de avaliação, escrevendo na prova e no gabarito a frase,
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“PROTESTO!!! DESEJO UMA AVALIAÇÃO MAIS JUSTA”,
ou até mesmo uma frase que ache melhor.
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Espero que este texto tenha ajudado a entender um pouco como funciona essa avaliação, e também tenha feito vocês pensarem e se posicionar sobre esse assunto.
Caso alguém tenha dúvidas a esse respeito, pode me procurar que tentarei esclarecê-las com o maior prazer.
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Obrigada a todos pela atenção.
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Maíra R. Carvalho
Presidente CENARQ
maira_mica@hotmail.com ,
(47)32320337, (47)88498131

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